FOLIO EDUCA \\\ CURSO E MASTERCLASSES
Curadoria Maria José Vitorino – Laredo Associação Cultural

Microcurso. Sem tempo para o medo – oficina de escrita – Margarida Fonseca Santos

Museu Abílio de Mattos e Silva. 11.10.2019, 6ª feira, 15h00-17h00

Nesta pequena oficina iremos falar de como o medo, através da escrita, se transforma em muitas coisas diferentes, desde o texto catártico (e por isso libertador) ao texto carregado de humor (onde o medo se envergonha). Partiremos de exercícios simples para chegar a textos complexos, aprendendo a editar o texto para o melhorar, para esconder o que se pode esconder e para fazer pensar quem nos ler. Sonorizando, com o que estiver à mão, faremos da audição do texto um lugar na imaginação.

Inscrição obrigatória – joana.cabacos@cm-obidos.pt (gratuita)

Comunidades Leitoras, Clubes de Leitura e Bibliotecas Escolares – Cristina Novoa (Rede de Bibliotecas Galiza)

Espaço Ó. 11.10.2019, 6ª feira, 17h30-19h00

O club de lectura como fórmula a disposición das bibliotecas escolares para a formación literaria e a consolidación do hábito da lectura dos mozos e mozas, tamén para a educación nos valores da cultura democrática, o reforzo de competencias clave e a configuración de comunidades lectoras. Requisitos para a súa posta en marcha, como acción dentro das políticas públicas de lectura, e como actividade para o fomento da lectura no marco dos programas da biblioteca escolar. Resultados dun estudo realizado sobre a experiencia dos clubs de lectura nos centros de ensino secundario de Galicia en 2018, principais conclusións e achegas para as persoas mediadoras no ámbito da lectura e para educadoras en xeral preocupadas pola formación lectora do alumnado.

Inscrição obrigatória – joana.cabacos@cm-obidos.pt (gratuita)

Leituras em tempos árduos – Pedro Gerolimich (Superintendente de Leitura e Conhecimento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro)

Museu Abílio Mattos e Silva. 14.10.2019, 2ª feira, 10h00-11h30

Juntos pela Leitura. O objetivo do presente trabalho é apresentar o programa “Juntos pela Leitura” da Superintendência de Leitura e Conhecimento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro. Trata-se de uma iniciativa própria da gestão pública, destinada a incentivar um movimento social de motivação e ação em prol da leitura. Lançado em maio de 2019, a partir das premissas traçadas pela Lei 8246/18, que instituiu o chamado “Plano Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Estado do Rio de Janeiro”, o referido programa é formado por ações coletivas e individuais, com a finalidade de transformar territórios e pessoas em cidadãos mais leitores e criativos, respeitando o contexto, realidade e origem de cada um.
Inobstante o fato de essas ações poderem se desdobrar em outras atividades à medida que ocorra adesão e amplitude de parcerias, inicialmente, trata-se de um movimento livre, baseado em quatro ações estruturadas, quais sejam: (i) libertação de livros; (ii) políticas públicas livro, leitura e biblioteca; (iii) incentivo à leitura e educação; e (iv) remição de pena pela leitura.
A libertação de livros consiste na distribuição sistematizada e direcionada de livros de diversos gêneros – provenientes de doações-, com o objetivo de estimular a democratização do acesso ao livro e de fomento à leitura. As políticas públicas livro, leitura e biblioteca têm como principal bandeira o aceite de doações de livros, mediante triagem do material e o seu direcionamento aos novos leitores, sempre com o objetivo de estimulo à leitura. O incentivo à leitura e educação visa buscar parcerias com a sociedade civil, entidades públicas e privadas, em prol de atividades que estimulem o acesso à leitura em todas as Bibliotecas Públicas do Estado, assim como nas Bibliotecas Comunitárias, Pontos de Leitura e/ou Escolas. Por fim, o fortalecimento da parceria com a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP) e o Poder Judiciário, faz-se no âmbito da quarta ação estruturada que fornece títulos específicos aprovados para o programa de remição de pena por leitura e disponibiliza outros títulos para a leitura dos cidadãos apenados. Essa ação busca também ampliar o diálogo com o sistema de atendimento aos jovens infratores do DEGASE.
Três grupos estão entre os prioritários para desenvolvimento das ações estruturadas: (i) o cidadão, que pode desenvolver uma série de ações para o universo da difusão da leitura; (ii) o setor privado, com um gigantesco número de ações que podem ser incentivadas ou recebidas com o apoio da superintendência; e (iii) o poder público, que se ocupará em desenvolver e incentivar ações, atividades, eventos e obras que podem e devem ser apoiadas no sentido estrutural e de formação de políticas públicas. Ações como emendas parlamentares, patrocínio de eventos, reforma de espaços públicos ou comunitários como: Bibliotecas e salas de leitura, concursos literários nas unidades educacionais, agendas literárias de desenvolvimento territorial nas diversas regiões do Estado e tudo que diz respeito ao desenvolvimento de atividades para a população.

Inscrição obrigatória – joana.cabacos@cm-obidos.pt (gratuita)

A História da Arte face à criação estética, ao comprometimento ético e ao infinito poder artístico – Vítor Serrão (Centro ARTis-IHA-Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)

Museu Municipal de Óbidos. 15.10.2019, 3ª feira, 10h00-11h30

O poder das obras de arte foi sempre imenso: intervêm, agitam, espalham beleza, dão testemunho, trazem irreverência e, na sua mais profunda essência, uma marca trans-contextual. Por isso são, tantas vezes, alvo de actos de iconoclasma, justamente porque a sua dimensão afectiva é inefável e aurática: as obras de arte geram afecto, debate, contemplação, senão polémica, hoje como ontem, hoje como amanhã… Face a esse poder, a barbárie e a destruição tornam-se impotentes pois outra das características identitárias da arte é a sua sempre renovada carga trans-memorial. Ao definir a História da Arte como uma mais-valia social há que lembrar que esta disciplina estuda não só as ferramentas metodológicas com que a evolução estilística e a análise das formas se percebem, como ajuda a valorizar e defender os patrimónios comuns, mas é, também, uma arma fundamental de diálogo plural, no quadro de uma verdadeira cultura de partilha. Poder e êxtase, liberdade e obscurantismo, tragédia e dor, atracção e repulsa, estão patentes nas obras de arte, desde sempre, em linguagens por vezes contraditórias mas sempre de forte ênfase testemunhal, com o não-escondido objectivo de tornar o mundo mais fraternal.
No século XVI, um grande vulto do Humanismo, Benito Arias Montano (1527-1598), defendia justamente que a prática e fruição das artes eram remédio para enfrentar os males da guerra e as dores que oprimiam as pessoas. A Europa vivia então uma das crises mais cruéis, em que se generalizavam sintomas saturnianos de melancolia face à violência e ao medo. As guerras de religião, entre outras, geravam descrença e desagregavam o anterior edifício de valores do Renascimento: ao invés da harmonia, da ordem antropocêntrica, do sentido regulador da ‘geometria do mundo’, seguia-se um quadro de conflitos políticos, sectarismo e intolerância que levam à repressão. Arias contribuiu para sedimentar uma teoria da arte ecumenista e pacifista, ao defender o diálogo através da representação artística apta a gerar concórdia e uma cultura de tolerância com relações meta-textuais e imagéticas. O poema que escreve para a gravura A verdadeira Inteligência inspira o Pintor, de Cornelis Cort (1533-1578), segundo desenho de Frederico Zuccaro (1542-1609), é exemplo dessa tese de que a arte tem papel curativo, supera divergências, traz um sinal de paz em sociedades desavindas. Nesse poema latino (1577-78), a Caritas, a Prudentia, a Benignitas e a Fortitutio são eleitas como grandes valores qualificantes das imagens artísticas, capazes de pacificar as feras e humanizar os beligerantes.
Na medida em que estes postulados se podem considerar actuais e efectivamente práticos, a História da Arte dos nossos dias pode constituir um serviço público contra os obscurantismos e as exclusões, na medida em que ensina a olhar, a ver e a perceber o sentido das formas e a razão de ser das obras artísticas. Ao admirar neste museu a exposição organizada por Ana Calçada sobre o modo como a arte pode conduzir à reflexão sobre a dor e dela dar testemunho convincente sobre os seus limites e não-limites, seriando obras que «provocam e inquietam», enfatiza-se o papel da arte como contínuo lugar de trans-memórias em movimento contínuo (à luz do que nos ensinou a iconologia de Aby Warburg). Temos, assim, um espaço de debate que se configura muito interessante e apelativo e que suscita uma salutar controvérsia.

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CABO VERDE no Caminho das Rotas Transatlânticas e do Comércio de Escravos – séc. XV a XVI. Gil Moreira (Cabo Verde)

Casa José Saramago / Exposição O Imério do medo. 17.10.2019, 5ª feira, 10h00-11h30

Pretende -se com o tema em proposta passar a informação sobre a época dos descobrimentos marítimos e as principais consequências do contacto íntimo entre os negros africanos, entre os colonos brancos europeus nas ilhas do arquipélago de Cabo Verde no sec. XV a XVI. Privilegiada pela localização geoestratégica o arquipélago de Cabo Verde tem desfrutado de grandes privilégios que marca a partir de um povoamento mestiço, de uma troca de culturas que se fundiram com uma certa harmonia em seu espaço arquipelágico, resultando uma cultura nova, uma cultura peculiar e específica em costumes, tradições, normas e valores que é a Cultura Cabo-verdiana.
Propõe ainda introduzir em um dos subtemas em abordagem – CIMBOA em representatividade de um dos instrumentos simbólicos, um dos mais etnográficos e dos mais antigos espólios de Cabo Verde que patenteia e exemplifica as marcas da miscigenação cultural em país da África Subsariana, aproveitando deste modo, para animar a comunicação através do toque deste instrumento CIMBOA demonstrando através deste os ritmos e inéditas melopeias dos ancestrais, praxes africanos incorporados nas ilhas, até ainda nos contos africanos e nos ritos cabo-verdianos. Entretanto, efetiva-se finalizar a comunicação com o Ensino em Cabo Verde como resultado visível deixado até hoje da herança europeia/portuguesa e como efeito do contributo europeu na formação da cultura Cabo-verdiana e das outras colónias portuguesas no mundo.

Inscrição obrigatória – joana.cabacos@cm-obidos.pt (gratuita)