Sobre a égide do tema Risco, a Fundação INATEL dá novamente corpo à curadoria da Folia. Arriscámo-nos a continuar o sonho de José Pinho e no Palco INATEL estarão 9 espetáculos, ainda programados em conversa amena e entusiasmada à mesa do Sinal Vermelho. Refletem uma ligação clara à portugalidade, à língua mátria, ao passado que foi, mas ainda é, que veste uma nova roupagem e cria novas tradições.

Marco Rodrigues abre a Folia a 12 de outubro. O Fadista tem já uma carreira de mais de 20 anos, vários prémios e 5 álbuns em nome próprio, pelo que sendo um jovem é já um nome maior do Fado. Amélia Muge atua a 13 de outubro com o seu espetáculo Amélias. Reconhecida cantora e criadora, revisita as raízes da música tradicional, passando pelos desafios de fusão multicultural e pelas linguagens mais contemporâneas. Amélias surge na continuidade deste canto com vozes dela própria, inspirado sobretudo na riqueza do canto feminino em grupo, muito dele à Capela. Anaquim chegam à Folia a 14 de outubro. Esta banda de Coimbra, formada por 5 músicos, tem diversas influências de cantautores portugueses, dos quais se destacam Sérgio Godinho e Zeca Afonso, mas também da canção francesa, do jazz manouche, da música country e do blue grass. Daniel Pereira Cristo em formato Trio, atua a 15, um multi-instrumentista apelidado do novo Júlio Pereira, pela sua destreza e virtuosismo no cavaquinho.

A fusão da música tradicional portuguesa com a música eletrónica, dá-se pela voz da cantora e compositora Ana Lua Caiano, a 18 de outubro. Revisitamos o Fado pelas mãos do pianista Júlio Resende que apresenta, Amália, Fado & Further, a 19, uma reinterpretação de algumas das obras mais icónicas da fadista. Os Lavoisier sobem ao Palco INATEL a 20 de outubro. O duo constituído por Patrícia Relvas e Roberto Afonso explora as raízes tradicionais da música portuguesa, através de uma guitarra elétrica e a simplicidade de duas vozes. Dia 21 de outubro somos invadidos pela energia arrebatadora dos Bandua, uma dupla musical composta por Bernardo d’Addario, e Edgar Valente. Naturais da Beira Baixa celebram a cultura beirã, ao mesmo tempo que procura criar algo original. O Palco INATEL fecha dia 22 de outubro com Siricaia. Dos ritmos tradicionais portugueses até ao jungle swing, com percussões portuguesas e guitarras elétricas travestidas de cavaquinho, os Siricaia exploram diversas influências artísticas, parando de porto em porto, à procura de novas respostas para questões antigas.

Arrisquemo-nos, pois, continuar o sonho e conhecer outras abordagens numa viajem pela cultura, música e palavra portuguesa. Contamos consigo nestes 9 espetáculos que habitarão a Folia entre 12 e 22 de outubro.

Francisco Caneira Madelino
Presidente do Conselho de Administração da Fundação INATEL | Curadoria FOLIA