ODE MARÍTIMA

ODE MARÍTIMA de Álvaro de Campos
Por Diogo Infante (texto) e João Gil (música)
Diogo Infante interpreta a “Ode Marítima”, um dos poemas mais marcantes (e delirantes) de Álvaro de Campos (a par da “Ode Triunfal”), e assume o comando de um paquete que nunca chegou a entrar no cais.
SINOPSE
Amanhece. Um homem observa o porto. Assume o comando de um paquete que não chegou a entrar no cais. Começa uma viagem para dentro de si, percorrendo imaginariamente todos os comportamentos humanos e procurando “sentir tudo de todas as maneiras”.
Nesta viagem – em que símbolos e sensações se confundem, soltando-se das amarras da razão – o poeta percorre o imaginário marítimo português.
Sustentando na metáfora de fluxo e refluxo do movimento marinho a contradição violenta de um homem que tenta religar diferentes identidades, transforma-se ele próprio no cais e no destino, dando corpo à viagem.
Publicado em Junho de 1915 no segundo número da revista Orpheu, “Ode Marítima” é um dos poemas mais marcantes do heterónimo Álvaro de Campos, no qual melhor se expressam as suas ideias de força e agressividade, tão marcantes no período futurista e sensacionista de Fernando Pessoa.
Este poema meditativo sobre o imaginário marítimo português continua a revelar-se profundamente atual – o homem que olha para o horizonte, vê um paquete entrar na barra e faz uma viagem interior numa tentativa desesperada de sentir alguma coisa, faz todo o sentido na realidade que vivemos hoje.
Trata-se de um texto fabuloso, com uma enorme capacidade de veicular sentimentos ao público e tocar cada espectador de uma forma muito pessoal.
Pessoa é um poeta passível de interpretações.
E, porque não, fazê-las no teatro?