CRIATURA
“Fruto de uma odisseia entusiasta de quase dois anos de trabalho, começou por ser a criatura pessoal de um único músico, mas ao ganhar vida moveu quase meia centena de pessoas, transformando-se numa banda que é também um coletivo, unido pela vontade de recriar a Música Popular Portuguesa no século XXI. São músicos, criadores, artistas, homens e mulheres jovens, os pais da Criatura, regidos até então pela mão de Edgar Valente. E junta-se ainda o poderoso Cante Alentejano do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa.
Dos corpos que teimam em cantar, surgem os contos, os cantos e as histórias da pele e dos seus bailes, bem vincados, onde o tempo se estende e se transforma, num espaço limitado por fronteiras mas livre de expandir a energia que nele se gera. Aqui a língua desmultiplica-se nos tantos nomes quantas as formas possíveis de se ser tradição. São as ideias e os caminhos, saberes antigos e sabores do futuro, gerações diferentes e das suas respectivas sensibilidades e sentidos. É movimento. É, acima de tudo, um trabalho feito de amor à Terra, da música, da arte como ponto de partida para chegar ao homem, do homem que se revista, que se transforma, que canta pelo despertar.
Ainda sem o disco de estreia cá fora, o bando saiu à rua nas noites de verão e deu-se a mostrar a milhares de cúmplices. Serpa, no Encontro de Culturas, Lisboa no Bairro Intendente em Festa e Cem Soldos no Festival Bons Sons. Em Outubro passará pelo FOLIO em Óbidos, antes do tão aguardado lançamento, ou neste caso da chegada da “Aurora” da Criatura.”