Nós, com a Europa

Dois anos após a assinatura do Tratado de Paris, que instituiu a primeira das Comunidades Europeias, a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), o Governo português, na pessoa de António de Oliveira Salazar, comunica às representações diplomáticas nacionais as suas considerações sobre a “política de federação europeia” , através da circular diplomática de 6 de março de 1953. Nesta circular, lê-se que a federação europeia “constituirá por muito tempo uma construção política frágil” , e que a ideia da federação “repugna absolutamente” Portugal e seus interesses. Em contraponto, é reforçada a ideia de que a expansão ultramarina “é o traço mais saliente da sua história [de Portugal], e decididamente a sua vocação” , sendo que essa “nossa feição atlântica impõe-nos, pois, limites à colaboração europeia”